Desenrolou aqueles pintados em jornal.
A guitarra continuava doendo, dando a impressão de que algumas feridas não fecham nunca.
Preto, rosa, algumas letrinhas voando.
Queria parar de pensar um pouco.
Na memória, um rosto de olhos dormindo, mãos bem juntas, e calor de pés.
Suspirou fundo.
A guitarra voltou a pressionar o coração. Parecia que o som entrava como um arrepio frio pelas costas.
Lá fora soprava um vento fresco, e o inverno continuava, pouco a pouco, deslizando entre as frestas, adormecendo as pontas dos dedos dos pés.
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