Ela continuava ouvindo.
Vinham de camadas sobrespostas, emendadas, partes que não se encaixavam.
Carne virada do avesso.
Aí ela chorou. Chorou o que tinha que ser chorado primeiro, aquela água parada.
Tentou esconder o rosto, mas estava trasparente.
Tinha virado água.
As torrentes que eram ela, moviam-se tão bonito, de dentro pra fora,
faziam ondinhas, redemoinhos.
E também falavam coisas que ela já sabia.
Então ela foi se esfumando, se espalhando.
Subindo, subindo.
Quente e macia, cheia de braços, cheia de bocas, com o peito vazio,
pronto pra ser preenchido.
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