1.12.08

subiu



Estávamos a pé.
O céu nublado.
Ela levava uma malinha de sonhos na mão.
Sonhos feitos de suor, coragem e muito amor.
Estava decidida e marchava à minha frente.
Abrindo caminhos longe da mediocridade.
Cheia de dignidade, como eu nunca havia visto na vida.
Nunca.
Senti algo na garganta. E no peito.
E agradeci por tê-la comigo nessa puta vida de deus.
Por me conhecer mais que eu mesma.
Por me perdoar ainda que eu não mereça.
Tive medo dela olhar pra trás e ver meus olhos, e achar que eu estava triste.
Mas não irmã.
Era só um cisco.
Daqueles que saem do peito e vão pros olhos.
Pragente não esquecer nunca quem são as pérolas.
E quem são os porcos.
Enóis.
Pra sempre.
*
O vento ficou morno.
E o balão subiu.
E sumiu de vista.
 
 
 

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