4.12.08

Só pros fortes.



Sentiu.
Não sabia de onde. Mas estava próximo.
O vento anunciava
*
Poema sem título

Eu disse, meu bem, que a vida era um poço
E que gritar muito alto era o sentido de ser
A vida é vazia, o Estado é complexo.
Ser é não ser.
Se a gente cai lá embaixo
Rapunzel não solta os cachos
E a gente tem que viver.
Tem que viver arrastado
Ouvindo o barulho do peito
E fingindo que somos calados
Embora a língua se mova
E produza sons que a boca
Desista de por no ar...

A vida é uma grande piada
E Deus só num dá risada
Porque só consegue criar.

A não ser que tudo dependa
Da força de nossas mãos:
Fechar os olhos, cair no poço,
Sem a corda no pescoço
Nem tudo é escuridão.

Rapunzel! Não solte os cachos!
Meu inda bate agitado,
A barriga pede carne, e o caminho,
Sapatos.

Nesse mundo paralítico
Tanto faz ser muito rico.
A fome não é de pão.
Se eu pudesse eu rimaria
O amor com alegria
Comeria poesia
Mais do que arroz com feijão.

Dinha


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