8.11.07

eterno efêmero



Começar.
É tão difícil. Começar por onde?
Onde eu começo? Onde eu termino?..
Poderia partir da idéia em que o meu começo é a minha mente.
Tudo teria início nela. Meus anseios, erros e acertos.
Então se eu compreedesse a minha mente, que poderia também chamar de alma, estaria tudo sob controle.
Aceitaria que sou má, egoísta e ao mesmo tempo boa, transbordando de amor.
Eu viveria completa, tranqüila, pois meus fantasmas seriam velhos conhecidos e minhas virtudes, instinto de preservação da espécie.
Saberia que minha existência é tão fugaz que não valeria a pena uma gastrite nervosa, nem unhas roídas, nem a nóia que o dia passa muito rápido, bem mais rápido do que eu posso ver.
Minha alma seria calma, pois eu saberia que, no final, tudo volta ao pó.
Simples.
Pensemos nos Faraós. Deuses terrestres, com histórias inacreditáveis de conquistas, vitórias, amores...
Imortais.
Tão imortais que seus túmulos haveriam de ser magníficos como eles.
No entanto, somente fragmentos do que foram restou. Relíquias arqueológicas, gigantescos monumentos carcomidos e maltratados pela ação do tempo.

O tempo.

O mais democrático dos deuses.
Diverte-se diante da pequenês humana. Da sua pretensa corrida por um lugar ao sol.
Falando em sol são 8:00h da manhã e ele se mostra todo.
Generoso, viríl.
E a natureza sente-se aliviada por, mais uma vez, Hórus ter vencido Seth.

É..
Acho que só me resta, dizer mais vezes “eu te amo” , vivendo um dia de cada vez, venerando o sol que aquece, a lua que acalma e rindo das minhas próprias desgraças, pois, no final, é só isso que fica.

A alma cheia e o corpo vazio.


Nenhum comentário: